Como as pulguinhas gostaram muito do livro "O morcego bibliotecário" e como são "pulguinhas grandes e cuscas", resolveram fazer uma entrevista à autora do livro.
Com a grande ajuda da professora Belica, a entrevista ficou assim...colorida!
Para que possam apreciar a gentileza da Carmen Zita Ferreira, aqui fica a entrevista.
Boas leituras!!!!
I parte
Qual a razão de ter estudado durante tantos anos?
Desde
pequenina que sempre gostei de estudar. À medida que os anos foram passando,
esse gosto foi crescendo ainda mais e na verdade, ainda hoje procuro formações
nas áreas que mais me interessam.
Eu
acho muito importante nós nunca perdermos a capacidade de aprender. Ter uma boa
formação pessoal e académica é muito importante para depois virmos a ser bons
profissionais, seja qual for a área de que gostemos mais.
Tem
algum ídolo? Se sim, quem é?
Não
tenho um ídolo só. Eu aprecio muitas figuras do passado e do presente. Tento
seguir os bons exemplos dos nossos antepassados e dos nossos contemporâneos.
Gosto muito de ouvir opiniões diferentes das minhas, pois, quase sempre, a
minha visão dos acontecimentos fica mais rica.
Gosta
de ler?
Gosto
muito de ler! É uma das minhas atividades preferidas.
Quando
está a ler, a Carmen imagina as personagens, o ambiente?
Sim,
é mesmo isso. Quando estou a ler saio do sítio onde estou e entro diretamente
no ambiente do livro. Isso é fenomenal! Ver que um algumas palavras juntas nos
pode fazer mudar por dentro. É espetacular!
Como
pessoa está satisfeita/realizada?
De
momento, sinto-me realizada. Mas o ser humano tem uma extraordinária tendência
para procurar sempre mais: mais sonhos, mais realizações pessoais e coletivas.
Eu considero isso muito positivo. Mesmo que, pessoalmente, até estejamos muito
felizes, há sempre algo que podemos fazer para melhorar o mundo para os outros.
Esse objetivo, felizmente, nunca tem fim.
II parte
Desde pequena teve este sonho de ser escritora? Teve alguém a ajudá-la? Se sim, quem?
Quando era pequenina, eu queria ser Cantora. Era só o que eu me imaginava a fazer. Com a vossa idade gostava de me imaginar como Guia num museu. Com 16 anos, queria ser Jornalista. Aos 18 anos, decidi que queria ser Professora de Literatura Portuguesa. Já adulta, decidi que queria ser Bibliotecária.
Na verdade, nunca pensei, seriamente, em ser escritora. Digamos que foi acontecendo, um pouco por causa do meu percurso de leitora.
Em todas as fases da minha vida tive alguém a ajudar-me. Basicamente a minha família, que está sempre presente e os amigos mais próximos.
O
que a inspirou para ser autora/escritora? Como é que teve a ideia?
O
que me inspirou a escrever foram os grandes autores que eu fui lendo. A ideia
de publicar o primeiro livro “Jogo de Espelhos” (poesia) surgiu de um gosto
comum, meu e da Susana Júlio, a outra autora desse mesmo livro. Se não tivesse
sido esse primeiro livro, que editámos juntas, provavelmente nunca teria
editado os outros.
Qual
foi o livro que gostou mais de escrever?
Esta
é uma pergunta muito difícil. Talvez “O Bicho de sete cabeças – História de uma
eleição democrática” tenha sido o ponto de viragem para eu levar a escrita mais
a sério. Nesse sentido, talvez tenha sido o que mais gostei de escrever.
Prefere
escrever livros para crianças ou para adultos?
Não
tenho preferência. Gosto de comunicar e como tal, gosto tanto de comunicar com
adultos, como com jovens e crianças.
Já
viajou para algum lado em trabalho? Onde?
O
local mais distante que já viajei em trabalho, foi a Suíça. Fui lá, em 2015,
apresentar os meus livros à comunidade emigrante portuguesa.
Cada livro seu tem um ilustrador diferente. Porquê?
Os
ilustradores dos meus livros foram escolhidos consoante os temas. Escolhi o
ilustrador que a história me “pedia”. Até agora foram todos diferentes, o que,
para mim, é muito positivo.
Já
pensou no próximo livro que vai escrever?
O
próximo livro a ser editado já está escrito. O próximo que irei escrever, estou
agora a pensar nele.
III parte
Gostou de escrever este livro? Qual foi a parte que gostou mais de fazer?
Gostei muito de escrever este livro. Estou ligada ao Ferradura e ao Franjinhas por muitos motivos. Os primeiros são logo o facto de eu morar muito perto da Serra de Aire e Candeeiros e a coincidência de também eu amar os livros e ser Bibliotecária. Gostei muito de fazer todas as partes, portanto.
Como teve esta ideia? Como se inspirou para fazer a história?
A ideia de escrever sobre morcegos a trabalhar numa biblioteca surgiu de uma notícia real, que li no jornal Público há anos e que falava do trabalho dos morcegos na Biblioteca da Universidade de Coimbra e do Palácio Nacional de Mafra, onde, à noite, estes comem os insetos que devoram e estragam o papel dos livros.
A Carmen já foi ao Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros? E ao Palácio de Mafra?
Sim, eu já conhecia os dois locais. Mas, quando comecei a escrever a história do Morcego Bibliotecário, voltei a visitá-los, já com “olhar de pesquisa”, para fundamentar da melhor forma possível uma história que é ficção, mas que se passa em locais reais.
Qual a razão de ter escolhido o Convento de Mafra como o local de trabalho do Franjinhas?
Eu sempre achei o Convento e o Palácio Nacional de Mafra, com a sua extraordinária Biblioteca, lindíssimos. Inventar uma história que terminasse lá foi um gosto muito grande.
Qual é o seu animal favorito? É o morcego?
O morcego tornou-se um dos meus animais favoritos assim que eu comecei a conhecê-lo melhor. Dizem que só amamos o que conhecemos e é mesmo verdade.
Teve alguma dificuldade ao fazer o livro “O morcego bibliotecário”?
Não me lembro de ter tido alguma dificuldade. Talvez porque o fiz com tanto gosto que as dificuldades me passaram um pouco ao lado.
Qual
a razão do livro estar ilustrado a preto e branco?
O
ilustrador Paulo Galindro decidiu ilustrar o livro a carvão para que, ao pegar
no livro, entrássemos de imediato no ambiente do mundo
dos morcegos. Se repararem, o livro passa-se, ou de noite, ou dentro de grutas.
Quando estamos em ambientes mais escuros, a cores esbatem-se e perdem
intensidade.
Com
a sua mestria e genialidade, o Paulo Galindro transformou esta história numa
obra de arte.
Carmen Zita Ferreira - 2017
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